Glorificação de Nossa Senhora de Fátima

Resultante das obras de beneficiação artística datadas de 1967, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário auferiu, assinadas por João de Sousa Araújo, uma série de vitrais e de telas pintadas que emprestaram ao espaço dimensão plástica do maior interesse. Para presidir ao grande retábulo da capela-mor, colocada diante do trono eucarístico, o pintor desenvolveu uma alegoria centrada na Mensagem de Fátima, figurando, no centro geométrico da tela, precisamente na sua mediana vertical, a imagem da Virgem de Fátima, de proporções alongadas e eivada de cores esbatidas, como é típico do autor ao interpretar o cânone maneirista ligado a El Greco. A cena desenvolve-se através da forma piramidal, tendo na base as figuras dos três Pastorinhos amparados pelo bispo D. José Alves Correia da Silva e pelo Anjo de Fátima que se faz portador da Eucaristia. 

Pintura do retábulo de Nossa Senhora do Rosário. Foto: Santuário de Fátima

Por detrás de toda esta representação que se faz diante de uma escadaria, surgem, no plano superior, dois conjuntos de figurados: à direita, um grupo de três anjos que amplificam o sentido da escadaria (Escada de Jacob), simbolizando as orações que sobem da Terra ao Céu e as bênçãos que do Céu são derramadas sobre a Terra; à esquerda, os papas que, sob a cúpula de São Pedro, olham atentamente para Fátima (Pio XII, com a coroa que, através de um legado, depositou sobre a Imagem da Virgem de Fátima; João XIII que, como cardeal, se fez peregrino de Fátima; Paulo VI, com a Rosa de Ouro que ofereceu ao santuário da Cova da Iria). 

Embora esta pintura se denomine “Glorificação de Nossa Senhora de Fátima”, o seu centro psicológico é a hóstia consagrada que o Anjo apresenta aos Pastorinhos. Com efeito, é para esse ponto que todas as figuras centrais olham, demonstrando a importância cristológica (eucarística) da Mensagem de Fátima.


Fonte: Santuário de Fátima 

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